sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Novo horizonte

               

Agora sigo sem parar!
Todas as ruas anoitecidas me são familiares
Sou um estranho liquefeito àquelas paisagens sombrias
Vejo carros, praças, moças, tudo num imenso sussurrar
Pois minha mente está repleta de sentidos luminares
Pena, que não se vão concretizar!

O orvalho da noite foi só o que sobrou
Já caminho a muito, esperando que o lamento passe
A cada passo deixo planos lindos para trás
De todos aqueles sonhos, foi só o que restou
Frustrações e lamentos se tatuaram em minha face
Até que a nova avenida assuma, que tais pensamentos me  roubou

Por instantes me sinto vivo e integrado ao ambiente
Sons, cheiros e cores me fazem alegrar
Por segundos sou arquiteto de um novo mundo emergente
Mundo que por certo iria a minha vida consertar
Se não fossem os velhos rumores se alojando em minha mente

É difícil caminhar sozinho!
Cada passo e atitude precisam ser enfadonhamente calculados
Toda nova cidade me relembra o que passei
A antiga casa, o velho amor... o meu mundinho!
Infinitas lembranças vêm a trotes malfadados
E eu continuo mostrando meu semblante tão mesquinho

É fato que estou sem rumo
Já caminho ha tempos sem ir a lugar nenhum
O horizonte continua me enganando
Vislumbro o passado, me esquivo e sumo
Sobrevivo a tempestades pra chegar à continente algum
Quem sabe se uma nova noite não vem dar um belo viço ao qual assumo!

Autor: ( Valdeci Silva), 24 de Novembro de 2009

Nenhum comentário:

Postar um comentário