sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Frenesi


                       
Eu nunca esqueci aquela voz!
Sua constante aparição ilustrava todo o meu mundo
Um dia de pura labuta se convertia em fantasia
Horas de puro tédio ficavam mínimas em um segundo
E eu, outrora cansado, agia eufórico por todo o dia

É incrível o que uma ilusão pode fazer!
Aquelas palavras vindas não sei de onde
Priorizavam-se a qualquer atividade minha
É como uma divindade que vem e ao meu clamor responde
Construindo vida nova, melhor do que a que eu tinha

Era à noite que tudo se intensificava
Onde murmúrios comprometidos vêm lhe oferecer comunhão
Tudo era mágico, novo, e eu desprovido a me oferecer
Remediando sentimentos, num frenesi em expansão
Desejando que tudo a existir, fosse nosso fogo a ascender

Ela logo ficou dependente
Revelando sua vida, chorava, me cobrando salvação
Eu louco, refém daquele timbre doce, em seus lamentos a me ater
Buscava alentos não sei onde, para acalmar seu coração
E por momentos éramos um, sem termos nada a perder

Ah!... Se eu pudesse ver seu rosto!
O universo era pequeno para as minhas suposições
Ela disse que se apaixonou. Eu nem sei  o que dizia!
Talvez num caso comum, meu devaneio fosse expulso aos empurrões
E tudo virasse nada, me roubando a alegria

Meu telefone agora não toca mais!
Parece que só o meu coração não encontrou nenhum destino
De sonhos e relutâncias agora segue minha história
Prefiro acreditar que tal ingênuo qual menino
Fui  seu rei, seu sol, seu mar, factuado em pura glória.

Autor: (Valdeci Silva), 18 de dezembro de 2009

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